Valle de la Luna e de la Muerte, Atacama
De todos os passeios do Atacama, esse é o mais básico deles e mais tranqüilo. Primeiro porque a altitude não será um fator que irá te atrapalhar, e não exigirá de você tanto esforço físico.
Como todos os tours, esse começa em San Pedro de Atacama. Você e seu grupo, acompanhado de guia e motorista, entrarão em uma van ou microônibus e seguirão até os vales. Serão deixados pelo veículo na entrada do parque e seguirão a pé, no primeiro momento.
Como muitos dos atrativos do Deserto do Atacama, os vales encontram-se em uma região de origem vulcânica e o desenho de seus relevos, são formados pelos ventos e pela água das chuvas que acontece quase nunca. Essa época ocorre em fevereiro e quando estivemos por lá, nos foi dito que a chuva havia caído no dia 06 de fevereiro. E alguns dos caminhos formados, era fruto desse fenômeno, assim como o era todo aquele pó branco que cobria grande parte das formações rochosas e que aos olhos de quem não sabia, parecia mais uma camada de neve. Mas na realidade, era apenas o sal que desapareceria logo, logo.
O tour foi relativamente tranqüilo. Os únicos momentos de maior esforço (mas não para mim que tenho apenas 1,55m), foi quando passamos por algumas cavernas com o teto baixo. Franco, com seus 2 metros de altura, teve quase que engatinhar para passar. O que a esse ponto, me faz lembrar de uma dica. Não leve mochilas ou muitas coisas para carregar se não for necessário. A mochila pode enroscar no teto dessas cavernas e passagens, e muitas coisas nas mãos vão eliminar seus pontos de apoio para fazer essa pequena travessia.
Logo após, nos deparamos com uma parede alta, na qual percebemos que teríamos que “escalar”. Mas relaxem, foi uma escalada fácil, pois a mesma tinha muitos pontos naturais de apoio. E ainda aqui friso que, muitas coisas nas mãos ou para carregar, irão te atrapalhar.
Depois dessa aventura, voltamos ao ônibus e seguimos para uma outra parte do vale que nos levaria até as 3 Marias (ou duas Marias e meia, se não fosse a façanha de um turista que quebrou uma delas, para conseguir uma foto).
Durante o caminho, o guia nos foi dando muitas informações sobre essas formações e contando histórias. Uma companheira carioca do nosso grupo, estudante da área, nos mostrou como era possível identificar os períodos pelos quais aquelas formações passaram, considerando as faixas de cores diferentes que a formavam.
Para quem curte, existe uma duna pelo caminho, de aproximadamente 20 metros de altura, onde as agências oferecem o tal do sandboard, o surf nas areias.
Após alcançarmos as Três Marias, subimos novamente no ônibus e fomos ao Valle de la Muerte. Lindo, vermelho e com uma Lua que já surgia, e que conferiu ao local um encanto ainda maior.
O guía nos contou que foi um francês a descobrir esse local. E em seu espanhol, carregado de sotaque de sua língua mãe, ele dizia que parecia um Vale de Marte, como o planeta. Mas o que os locais entenderam foi nada mais, nada menos que, Valle de la Muerte. E assim ficou até hoje.
Algumas passagens desse vale, o guia nos contou que eram utilizadas como emboscadas em períodos de conflitos entre Chile e Bolívia, e que por conseqüência, ainda hoje encontravam-se projéteis por lá. E na realidade, essa era também uma explicação dada, por alguns, ao nome do vale.
Para finalizar o passeio, fomos até a Pedra do Coiote para ver o por do sol. Lindo por sinal, mas o que mais impressionou mesmo foi a tal pedra, que se sobrepunha a um vale, a uma altura absurda. E o porquê do nome??? Ahhh meu amigo!!! É exatamente o que está passando em sua cabeça nesse momento. A cena em que o Coiote observa o Papaléguas passar correndo lá embaixo, no desfiladeiro. É show! Tire muitas fotos por lá!
Dicas
– Se não for necessário, não leve tantas coisas com você na primeira parada. Deixe-as no ônibus, pois elas podem te atrapalhar.
– Leve uma lanterninha para quando entrar nas passagens mais fechadas. Lá dentro será escuro.
– Geralmente esse passeio é feito a partir das 16h e termina com o por do sol. Portanto, leve uma blusa de frio, ainda que às 16h possa estar um calor de matar. O que me faz pensar na próxima dica…
– Ali venta muito! Portanto, não se esqueça dos óculos de sol, chapéu e prenda os cabelos se for necessário. O vento quando sopra, traz consigo uma quantidade inacreditável de areia e pedrinhas.
– Esse é um dos primeiros passeios que você deverá fazer. Por não exigir tanto esforço físico e problemas de altitude. Você estará praticamente na mesma altitude de San Pedro, ou seja, 2.400 metros de altura.
– Uma referência: um senhor com seus 70 anos, bem acima do peso, nos acompanhou. Teve dificuldades de passar pelas cavernas de teto baixo, escalar a parede que te falei e descer depois. Mas ele conseguiu! Depois de tudo, esbaforido e suando em bicas, nos disse que era hipertenso e diabético. Todos o parabenizamos pelo feito. E essa história é para você ter uma referência de esforço.
Links externos
Fizemos o nosso passeio com a Ayllu Expediciones.
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